sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Justiça ou canalhice?

"Da Folha
A procuradora-geral interina da República, Helenita Acioli, disse que deverá pedir que José Genoino, condenado no mensalão, não tenha aposentadoria da Câmara. "Como ele vai pedir aposentadoria se ele foi condenado? É muito estranho", disse. O deputado pediu o benefício por invalidez."
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Beleza dona sra procuradora, ou algoz de inimigos abatidos...
vamos estender então essa sua interpretação (á luz da nossa Constituição, imagino) a outros "meliantes":
Nicolau Lalau, Pimenta Neves (que nem preso está), Daniel Dantas (no dia que for condenado ou minimamente acusado de safadezas por vocês da PGR, essa turminha pró Gurgel que está esculhambando as noções básicas de imparcialidade política e Estado Democrático de Direito)...
Que tal acabar com essa palhaçada e conto de horror de "aposentar compulsoriamente" juízes e magistrados, juízas e magistradas, quando os distintos e distintas são pegos(as) cometendo crimes dos mais diversos, como atirar a queima roupa em seguranças de shopings alegando legítima defesa, ou oferecer din-din a policiais quando flagrados com WO num teste de bafômetro?

Roberto Freire e o PPS, sem medo do ridículo

"Jornal GNN - O pronunciamento oficial da presidente Dilma Rousseff no Dia da Independência é alvo de representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo PPS (Partido Popular Socialista). Para a legenda, Dilma fez propaganda antecipada às eleições de 2014. “São várias as passagens no pronunciamento [da presidente] que evidenciam o tom panfletário e publicitário da mensagem veiculada no dia 6 de setembro”, afirma o partido. Segundo os representantes do PPS, Dilma é uma “evidente e notória pré-candidata” que fez uso de seu pronunciamento em cadeia nacional para elogiar sua gestão e a de Luiz Inácio Lula da Silva.
“O fato é que as considerações feitas [por Dilma Rousseff] – notória candidata à reeleição em 2014 – em um pronunciamento oficial procuram inculcar na população o sentimento de que o país teria avançado muito nos últimos anos, sendo que essa melhoria seria fruto da gestão (da presidente) e de seu antecessor à frente do governo federal”, ressalta.
A legenda aponta vários trechos que remetem à propaganda eleitoral antecipada, como, por exemplo, “hoje, nosso Grito do Ipiranga é o grito para acelerar o ciclo de mudanças que, nos últimos anos, tem feito o Brasil avançar”. Em outro trecho da declaração destacado pelo PPS a presidente diz: “Já geramos 900 mil vagas [de emprego] este ano e mais de 4 milhões e 500 mil desde o início do meu governo”.
O partido argumenta que pode ser enquadrada como "evidente viés eleitoral" a busca por “imputar aos segmentos oposicionistas uma suposta torcida contra a economia nacional, ao ponto de afirmar que apostavam em aumento do desemprego, inflação alta e crescimento negativo'”.
Multa
O PPS, em sua representação pede que Dilma Rousseff seja multada, conforme prevê o parágrafo 3º do artigo 36 da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997). O artigo 36 da norma determina que “a propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição”. O parágrafo 3º prevê multa de R$ 5 mil a R$ 25 mil, ou o equivalente ao custo da propaganda, para o responsável pela divulgação da propaganda e para seu beneficiário, se comprovado o seu prévio conhecimento.
Ainda segundo o PPS, apesar de o pronunciamento trazer uma “mensagem cifrada e subliminar”, a presidente “não escondeu, mais uma vez, o propósito de se colocar perante toda a nação como sendo a pessoa mais apta e qualificada à administração do país”, e “não economizou elogios” a seu governo. “O tom de campanha é manifesto”, argumenta.
O PPS acrescenta ainda que, ao falar sobre “os cinco pactos para acelerar melhorias na saúde, na educação e no transporte, e para aperfeiçoar a nossa política e a nossa economia”, a presidente “não economizou elogios às ações de seu governo, inclusive ao polêmico programa Mais Médicos”.
Com informações do TSE"
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Dica pra Dilma Roussef, para o próximo pronunciamento, que imagino será em 15 de Novembro (Proclamação da República) use no cenário um fundo azul-amarelo (PSDB?) e um blaser vermelhão(PPS?)... mais bem vermelhão mesmo e com uma estrela de cinco pontas dourada no peito esquerdo.. dai Freire terá que entrar com 2 representações adicionais (além das já manjadíssimas contra ela, contra Lula e contra o PT): uma contra a Suécia e outra contra a Coréia do Norte.

A hecatombe tomatérica (do tomate) que não aconteceu

Do Estadão
Impacto da queda da inflação foi subestimado, dizem analistas
 
Economistas fazem mea-culpa sobre erro nas projeções do resultado do comércio varejista em julho
 
Márcia De Chiara
 
"SÃO PAULO - Surpreendidos com o bom desempenho do comércio varejistas em julho, que cresceu 1,9% na comparação com o mês anterior, descontado o comportamento típico das vendas no período, economistas de consultorias e de bancos fizeram mea-culpa para descobrir onde erraram nas projeções.
 
É consenso que o erro nas estimativas ocorreu porque o impacto da desaceleração de inflação nas vendas foi subestimado. A inflação oficial do País em julho foi próxima de zero (0,03%), ante 0,26% em junho.
 
Segundo o economista Paulo Neves, da LCA Consultores, o principal fator para o resultado do comércio varejista ter sido tão distante da projeção foi o comportamento dos preços. A consultoria previa estabilidade para o volume de vendas do comércio varejista restrito em julho, na comparação com junho. O comércio restrito não engloba as vendas de veículos e materiais de construção.
 
Ele argumenta que indicadores considerados nas projeções, como mercado de trabalho, vendas de papelão ondulado e movimento do comércio, estavam "decepcionantes". Por isso, as projeções apontavam para estabilidade nas vendas. Mas o comportamento dos preços, especialmente no setor vestuário e calçados contrariou as estimativas.
 
O setor de vestuário e calçados foi o que registrou maior taxa de crescimento de vendas em julho na comparação com junho: 5,4%. Para Neves, o que explica esse resultado foi a deflação de 0,07% dos preços desses itens no mês, depois de uma alta de 0,39% em junho na comparação com maio. Neves calculou o deflator implícito das vendas do comércio apuradas pelo IBGE, levando em conta o volume de vendas e a receita nominal. Deflator implícito é uma espécie de inflação do setor.
 
"A grande surpresa veio do grupo vestuário e calçados", afirma o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Ele observa que frio demorou para chegar e impulsionou as vendas. De toda forma, o economista, que projetava queda de 0,10% nas vendas do varejo em julho na comparação com o mês anterior, explica que é "difícil casar o IPCA com o varejo", porque os universos são diferentes.
 
Minha Casa. Outro ponto que pode ter levado as projeções de vendas do varejo ao erro foi o impacto do programa do governo Minha Casa Melhor. Por esse programa, o consumidor recebe um crédito de R$ 5 mil para comprar eletrodomésticos e móveis. As vendas desse grupo cresceram 2,6% em julho. Gonçalves diz que não é possível considerar o impacto desse crédito nas vendas do comércio.
 
Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica, que também projetava retração de 0,10% nas vendas de julho, acrescenta outro fator que não pode ser mensurado e que teria atrapalhado as projeções: a transferência de compras de junho para julho, provocada pelas manifestações de rua. Apesar das justificativas, os economistas não acreditam que esse desempenho se repita em agosto."
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Uma possível explicação, que seria dada com toda pompa no "Conta Corrente" da Globo News:
É que as correlações dinâmicas, obtidas da análise dos orbitóides fractais influenciáveis pela Variáveis Ocultas Não Locais do surto inflacionário tomatérico (a do tomate) que não se confirmaram nem Junho e muito menos em Julho, acabaram contaminando quase toda a totalidade das soluções não lineares das Equações Diferenciais de 5ª ordem que usamos na simulação da Modelagem Matemática das nossas previsões econômicas para o curto e o médio prazo.
O longo prazo continuará uma incognita indecifrável, 1 semana é um prazo muito longo, usando as nossas atuais ferramentas de calculo, as mais avançadas que se conhecem, hipóteses e Operadores Aritméticos Mirian-sardemberguianos, para fazer qualquer exercício de futurologia.
E no grand finale -
"Apesar das justificativas, os economistas não acreditam que esse desempenho se repita em agosto."
Se a nossa economia cresceu 0,0001% em agosto, eles vão sentenciar:
"não podemos crer que essa tendência de alta continue em setembro"

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Liberdade de Imprensa e Democracia segundo a Veja, seus colunistas, leitores e comentaristas

Como funciona a democracia e o código de ética da Veja e de seus colunistas Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes.

“Aprovamos comentários em que o leitor expressa suas opiniões. Comentários que contenham termos vulgares e palavrões, ofensas, dados pessoais (e-mail, telefone, RG etc.) e links externos, ou que sejam ininteligíveis, serão excluídos. Erros de português não impedirão a publicação de um comentário.”

(È isso que diz a revista em relação à publicação de comentários)
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Um dos temas, em 12/09/2013, era o STF e a apreciação do embargos infringentes no Julgamento da Ação 470 ou “mensalão petista” como ficou mais conhecida.

Mandei o seguinte comentário, para os dois colunistas citados:

“Quer dizer que STF é bom, ou estava bom, só quando os "mensaleiros do PT" estavam sendo enchovalhados, acusados até de tráfico de drogas em parceria com as FARCS, Gushiken está sendo humilhado de forma vil e desumana até hoje, comentaristas daqui e do UOL comemorando o câncer nele como um troféu, um castigo divino por ter sido um dos vilões "petralhas" do "maior escândalo de corrupção da nossa era republicana"... é como se o metrô de São Paulo e aqueles 425 milhões de reais fosse em Marte.

Alguém daqui já ouviu falar da Lista de Furnas ou das Ilhas Caymã, o Resort da filha do Serra?

Certamente que não, a roubalheira no Brasil só começou em 2003 com Lula e o PT, não é mesmo?”

Evidente que o comentário não foi publicado, o Tio Rei publicou o seguinte (o clichê quando um comentário “fere” o código de ética dele e da Veja):

       João Maria Fernandes de Sousa 
12/09/2013 às 9:10
ReinaldoXXXXXXX na cascuda!



Mandei, desconfiando novamente que não seria publicada, a seguinte réplica:

"Grandes democratas são você e seus comentaristas Reinaldo, parabéns!!!"   09:32h 

Novamente o comentário não foi publicado, o Tio Rei publicou o seguinte (o clichê quando um comentário “fere” o código de ética dele e da Veja):

       João Maria Fernandes de Sousa 
12/09/2013 às 9:32
ReinaldoXXXXXX na cascuda! 




Já Augusto Nunes simplesmente ignorou meu texto; nem mesmo me mandou pra “cascuda” como o guru dos comentaristas mais “cultos e politizados” (segundo eles mesmos) da blogsfera, o Tio Rei. 




E assim seguem a vida, a Veja e seus colunistas, leitores e comentaristas num frenesi diário de desconstrução de pessoas e reputações (aqui um adendo: até semana passada os Supremos Ministros eram os heróis nacionais, agora passaram a ser da “corja petralha”), comemorando fatos como o câncer em Luiz Gushiken (para eles a fúria de Deus contra um dos mais contumazes malfeitores do Brasil e acusado, depois inocentado pelo próprio STF, de ser um dos chefões do “maior escândalo de corrupção da nossa era republicana”; lendo os textos dos citados jornalistas e as reações dos comentaristas autorizados a terem suas impressões publicadas (o que, eu imagino, seja de acordo com o civilizatório código de ética e de prática de imprensa interativa da própria revista) nós começamos a vislumbrar o quão degradante pode chegar o comportamento de uma parcela de brasileiros em pleno Século XXI.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Chile, 11 de Setembro de 1973 - Data que nunca, nunca, deve ser esquecida!!!

Para quem acredita nesse conto da carochinha das Organizações Globo, que se diz agora, 49 anos depois, arrependida de ter apoiado (e acrescentamos, ter dado também suporte) a ditadura militar que implantou no Brasil, de 1964 a 1984, um regime de arbítrio e supressão das mínimas liberdades democráticas (como o direito de ocupar ruas e praças e protestar), e que também prendeu sem julgamentos, torturou e assassinou opositores, um outro exemplo gritante de como ela se comportou no período, seu público, notadamente os que são acriticos e acreditam em tudo que as Organizações divulgam sem o cuidado de procurar outras fontes, pouco ficou sabendo do que ocorreu no Chile a partir do dia 11 de Setembro de 1973.

Salvador Allende Gossens - últimos momentos de um dos símbolos da liberdade na América Latina


Santiago de Chile

11 de septiembre de 1973


"7:55 A.M. Radio Corporación

Habla el presidente de la República desde el Palacio de La Moneda. Informaciones confirmadas señalan que un sector de la marinería habría aislado Valparaíso y que la ciudad estaría ocupada, lo que significa un levantamiento contra el Gobierno, del Gobierno legítimamente constituido, del Gobierno que está amparado por la ley y la voluntad del ciudadano.

En estas circunstancias, llamo a todos los trabajadores. Que ocupen sus puestos de trabajo, que concurran a sus fábricas, que mantengan la calma y serenidad. Hasta este momento en Santiago no se ha producido ningún movimiento extraordinario de tropas y, según me ha informado el jefe de la Guarnición, Santiago estaría acuartelado y normal.

En todo caso yo estoy aquí, en el Palacio de Gobierno, y me quedaré aquí defendiendo al Gobierno que represento por voluntad del pueblo. Lo que deseo, esencialmente, es que los trabajadores estén atentos, vigilantes y que eviten provocaciones. Como primera etapa tenemos que ver la respuesta, que espero sea positiva, de los soldados de la Patria, que han jurado defender el régimen establecido que es la expresión de la voluntad ciudadana, y que cumplirán con la doctrina que prestigió a Chile y le prestigia el profesionalismo de las Fuerzas Armadas. En estas circunstancias, tengo la certeza de que los soldados sabrán cumplir con su obligación. De todas maneras, el pueblo y los trabajadores, fundamentalmente, deben estar movilizados activamente, pero en sus sitios de trabajo, escuchando el llamado que pueda hacerle y las instrucciones que les dé el compañero presidente de la República.

8:15 A.M.

Trabajadores de Chile:

Les habla el presidente de la República. Las noticias que tenemos hasta estos instantes nos revelan la existencia de una insurrección de la Marina en la Provincia de Valparaíso. He ordenado que las tropas del Ejército se dirijan a Valparaíso para sofocar este intento golpista. Deben esperar la instrucciones que emanan de la Presidencia. Tengan la seguridad de que el Presidente permanecerá en el Palacio de La Moneda defendiendo el Gobierno de los Trabajadores. Tengan la certeza que haré respetar la voluntad del pueblo que me entregara el mando de la nación hasta el 4 de Noviembre de 1976. Deben permanecer atentos en sus sitios de trabajo a la espera de mis informaciones. Las fuerzas leales respetando el juramento hecho a las autoridades, junto a los trabajadores organizados, aplastarán el golpe fascista que amenaza a la Patria.

8:45 A.M.

Compañeros que me escuchan:

La situación es crítica, hacemos frente a un golpe de Estado en que participan la mayoría de las Fuerzas Armadas. En esta hora aciaga quiero recordarles algunas de mis palabras dichas el año 1971, se las digo con calma, con absoluta tranquilidad, yo no tengo pasta de apóstol ni de mesías. No tengo condiciones de mártir, soy un luchador social que cumple una tarea que el pueblo me ha dado. Pero que lo entiendan aquellos que quieren retrotraer la historia y desconocer la voluntad mayoritaria de Chile; sin tener carne de mártir, no daré un paso atrás. Que lo sepan, que lo oigan, que se lo graben profundamente: dejaré La Moneda cuando cumpla el mandato que el pueblo me diera, defenderé esta revolución chilena y defenderé el Gobierno porque es el mandato que el pueblo me ha entregado. No tengo otra alternativa. Sólo acribillándome a balazos podrán impedir la voluntad que es hacer cumplir el programa del pueblo. Si me asesinan, el pueblo seguirá su ruta, seguirá el camino con la diferencia quizás que las cosas serán mucho más duras, mucho más violentas, porque será una lección objetiva muy clara para las masas de que esta gente no se detiene ante nada. Yo tenía contabilizada esta posibilidad, no la ofrezco ni la facilito. El proceso social no va a desaparecer porque desaparece un dirigente. Podrá demorarse, podrá prolongarse, pero a la postre no podrá detenerse. Compañeros, permanezcan atentos a las informaciones en sus sitios de trabajo, que el compañero Presidente no abandonará a su pueblo ni su sitio de trabajo. Permaneceré aquí en La Moneda inclusive a costa de mi propia vida.

9:03 A.M. Radio Magallanes

En estos momentos pasan los aviones. Es posible que nos acribillen. Pero que sepan que aquí estamos, por lo menos con nuestro ejemplo, que en este país hay hombres que saben cumplir con la obligación que tienen. Yo lo haré por mandato del pueblo y por mandato conciente de un Presidente que tiene la dignidad del cargo entregado por su pueblo en elecciones libres y democráticas. En nombre de los más sagrados intereses del pueblo, en nombre de la Patria, los llamo a ustedes para decirles que tengan fe. La historia no se detiene ni con la represión ni con el crimen. Esta es una etapa que será superada. Este es un momento duro y difícil: es posible que nos aplasten. Pero el mañana será del pueblo, será de los trabajadores. La humanidad avanza para la conquista de una vida mejor.

Pagaré con mi vida la defensa de los principios que son caros a esta Patria. Caerá un baldón sobre aquellos que han vulnerado sus compromisos, faltando a su palabra... rota la doctrina de las Fuerzas Armadas.

El pueblo debe estar alerta y vigilante. No debe dejarse provocar, ni debe dejarse masacrar, pero también debe defender sus conquistas. Debe defender el derecho a construir con su esfuerzo una vida digna y mejor.

9:10 A.M.

Seguramente ésta será la última oportunidad en que pueda dirigirme a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Postales y Radio Corporación. Mis palabras no tienen amargura sino decepción Que sean ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron: soldados de Chile, comandantes en jefe titulares, el almirante Merino, que se ha autodesignado comandante de la Armada, más el señor Mendoza, general rastrero que sólo ayer manifestara su fidelidad y lealtad al Gobierno, y que también se ha autodenominado Director General de carabineros. Ante estos hechos sólo me cabe decir a los trabajadores: ¡Yo no voy a renunciar! Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que hemos entregado a la conciencia digna de miles y miles de chilenos, no podrá ser segada definitivamente. Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen ni con la fuerza. La historia es nuestra y la hacen los pueblos.

Trabajadores de mi Patria: quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la ley, y así lo hizo. En este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes, quiero que aprovechen la lección: el capital foráneo, el imperialismo, unidos a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que les enseñara el general Schneider y reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas esperando con mano ajena reconquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.

Me dirijo, sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros, a la abuela que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños. Me dirijo a los profesionales de la Patria, a los profesionales patriotas que siguieron trabajando contra la sedición auspiciada por los colegios profesionales, colegios de clases para defender también las ventajas de una sociedad capitalista de unos pocos.
Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron y entregaron su alegría y su espíritu de lucha. Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos, porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente; en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando las vías férreas, destruyendo lo oleoductos y los gaseoductos, frente al silencio de quienes tenían la obligación de proceder. Estaban comprometidos. La historia los juzgará.

Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz ya no llegará a ustedes. No importa. La seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes. Por lo menos mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal con la Patria.

El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.

Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.

¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!

Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano, tengo la certeza de que, por lo menos, será una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.

FIN"



O último Discurso Traduzido:

Allende: A História é nossa e a fazem os povos
Discurso do Presidente Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973, dia do golpe de Estado que derrubou o governo da Unidade Popular e implantou a sanguinária ditadura militar comandada pelo general Pinochet. O Palácio presidencial foi bombardeado pelos militares e Allende morreu de armas na mão resistindo ao golpe.
"Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei dirigir-me a vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Rádio Magallanes. Minhas palavras não têm amargura, mas decepção. Que sejam elas um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile, comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general rastejante que ainda ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou diretor geral dos carabineros.

Diante destes fatos só me cabe dizer aos trabalhadores: Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos.

Trabalhadores de minha Pátria: quero agradecer-lhes a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que foi apenas intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra em que respeitaria a Constituição e a lei, e assim o fez.

Neste momento definitivo, o último em que eu poderei dirigir-me a vocês, quero que aproveitem a lição: o capital estrangeiro, o imperialismo, unidos à reação criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, que lhes ensinara o general Schneider e reafirmara o comandante Araya, vítimas do mesmo setor social que hoje estará esperando com as mãos livres, reconquistar o poder para seguir defendendo seus lucros e seus privilégios.

Dirijo-me a vocês, sobretudo à mulher simples de nossa terra, à camponesa que nos acreditou, à mãe que soube de nossa preocupação com as crianças. Dirijo-me aos profissionais da Pátria, aos profissionais patriotas que continuaram trabalhando contra a sedição auspiciada pelas associações profissionais, associações classistas que também defenderam os lucros de uma sociedade capitalista. Dirijo-me à juventude, àqueles que cantaram e deram sua alegria e seu espírito de luta. Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual, àqueles que serão perseguidos, porque em nosso país o fascismo está há tempos presente; nos atentados terroristas, explodindo as pontes, cortando as vias férreas, destruindo os oleodutos e os gasodutos, frente ao silêncio daqueles que tinham a obrigação de agir. Estavam comprometidos. A historia os julgará.

Seguramente a Rádio Magallanes será calada e o metal tranqüilo de minha voz não chegará mais a vocês. Não importa. Vocês continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto a vocês. Pelo menos minha lembrança será a de um homem digno que foi leal à Pátria. O povo deve defender-se, mas não se sacrificar. O povo não deve se deixar arrasar nem tranqüilizar, mas tampouco pode humilhar-se.

Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! 

Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição."

Tradução de M.H.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A mídia e a espionagem contra a Petrobras

Ponto 1: 
as atividades criminosas do governo de Obama no Brasil, notadamente as ações de espionagem da ANS, já são tema dos 'blogs sujos" a pelo menos uns 3 meses; já em Junho de 2013 a blogsfera sujíssima já denunciava esses desmandos de Obama e seus agentes “anti-terror” nas searas Tupiniquim enquanto essa mídia golpista falava dos "lindinhos (by Leilane Neubarth) revoltados", de "primavera de junho", "grandiosas passeatas", "juventude que acordou protestando contra tudo que está ai" (aqui uma ressalva, o "tudo" excluía o Poder Judiciário e sua figura maior e muso de 12 entre cada 10 senhores e senhoras da nossa grande imprensa, Joaquim Barbosa);
Ponto 2: 
movidos por uma tal reportagem no Fantástico no dia 08/09/2013 sobre a arapongagem da ANS na Petrobrás, todos os canais midiáticos foram tomados pelo "dever cívico" de condenar a ação dos americanos e cobrar uma ação "enérgica"do Governo Dilma;
Ponto 3: 
talvez tenham esquecido, os tais e as tais quetais da nossa proba imprensa, que nos anos FHC ouve um episódio de gravidade assustadora e que nenhum deles condenou ou sequer divulgou, e qual foi esse episódio? Um andar inteiro do EDISE, edifício sede da Petrobras no Rio, foi disponibilizado para "analistas" estrangeiros (americanos, pra resumir o papo) que queria conhecer "um pouco" da sistemática de trabalho da BR;
Ponto 4: 

a outra coisinha que esses hipócritas escribas e apresentadores de telejornais fazem questão de esquecer é que quase a totalidade de nossa infra-estrutura de transporte e armazenamento de voz e dados (telefonia principalmente) foi entregue de mãos beijadas para os gaviões de além mar no tão festejado, por eles e elas, processo de privatização das Teles e outras empresas envolvidas; um dos resultados dessa tal "gestão pela economia de mercado" é que o Governo Federal deixou de ser o gestor direto das iniciativas relacionadas às políticas de transmissão, armazenamento e controle do voz e dados, ou seja, entregamos nossa privacidade telemática e internética exatamente àqueles que hoje são pegos com a mão na massa nos espionando da maneira mais torpe possível, alegando uma fáscistóide luta e política de estado contra o "terrorismo".

Então, senhores e senhoras, essa aparente revolta do PIG com essas ações da ANS contra a nossa Jóia da Coroa, pelo menos pra mim, é conversa pra boi dormir; euzinho não acredito em uma vírgula sequer do que disser essa nossa nojenta imprensa nesse esbravejar condenando essas ações dos espiões americanos e ingleses aqui no Brasil.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Zé Dirceu - por Hildegard angel


Ao fim da transmissão, na última quinta-feira [5], da sessão no STF [Supremo Tribunal Federal], Maria Alice Vieira, a colaboradora braço direito de José Dirceu, anunciou que todos os presentes ali reunidos no salão de festas do prédio do ex-Chefe da Casa Civil estavam convidados para retornar na próxima quarta-feira [11] e, juntos, assistirem novamente à próxima sessão, que provavelmente deverá julgar os Embargos Infringentes, assim todos esperam.

Por Hildegard Angel*, em seu blog

Havia no ar uma certa sensação de alívio. Alguém atrás de mim comentou: “Mais uma semana!”. O que entendi como “mais uma semana de esperança”.

O irmão de José Dirceu, Luís, que naquela manhã teve um mal estar cardíaco e precisou ser atendido numa clínica, veio me cumprimentar e agradecer o apoio, “em nome da família”. Gesto inesperado e tocante, de quem estava claramente emocionado.

José Dirceu é o que a literatura define como “homem de fibra”. Impressionante como se manteve e se mantém de pé, ao longo de todos esses anos, mesmo atacado por todos os lados, metralhado por todas as forças, todos os poderosos grupos de mídia, os políticos seus detratores, todas as forças da elite do país, formadores de opinião de todos os segmentos e matizes, de forma maciça e ininterrupta, massacrante.

De modo como jamais se viu uma pessoa nesta nação ser ofendida, ele vem sendo acossado, desmoralizado, num processo de demolição continuada, sem deixarem pedra sobre pedra, esmiuçando-se cada milímetro de sua intimidade, devassando, perseguindo, escarafunchado e, sem qualquer evidência descoberta, juízes o condenam proferindo frases do tipo “não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. Nem mesmo o mais reles criminoso foi satanizado de tal forma ou sofreu linchamento tão perverso.

Com tal carga a lhe pesar sobre os ombros, ele não os curva. Às vezes mais abatido, outras aparentemente decepcionado, contudo sempre em combate, preparando-se para o momento seguinte. Não se queixa, não acusa, não lamenta, nem cobra a ausência de apoio daqueles que, certamente, deveriam o estar respaldando. É discreto. Não declina nomes. Nunca deixa transparecer quem está próximo dele, quem não. Um eterno militante de 68, que jamais despiu a boina.

“Família”, antes da reunião daquela tarde, em seu prédio, com os companheiros que o apoiam nessa via crucis penal, para juntos assistirem à transmissão da TV Justiça, ele almoçou em casa com suas três ex-mulheres, filhas, irmãos, uma confraternização familiar necessária para quem poderia, dali a algumas horas, escutar o pior dos resultados.

E lá estávamos nós, aguardando sua chegada, falando baixo, sem grande excitação no ambiente, enquanto um técnico ajeitava, no laptop, o projetor das imagens da TV que seriam exibidas na parede.

A diretora de cinema Tata Amaral fez uma preleção sobre seu filme “O grande vilão”, um documentário sobre esse período da vida de Dirceu, “o homem mais perseguido da história da República”, e distribuiu termos de autorização de uso de imagem para que os presentes, que assim o desejassem, assinassem. Pelo que percebi, todos assinaram.

Dirceu cumprimentou um por um, agradecendo a presença de todos. Parecia calmo ao chegar. E calmo permaneceu até o final. Quando se despediu de mim, José Dirceu disse, elogiando: “O ministro Barroso estava certo, quando defendeu a suspensão da sessão até a próxima semana”.

Ele se referia à argumentação do ministro Luis Roberto Barroso, que, para garantir aos advogados plena defesa dos réus, usou a frase “seria gentil e proveitoso dar aos advogados a oportunidade de apresentar memoriais”. Ponderação que o presidente Joaquim Barbosa acolheu muito a contragosto.

Na próxima semana, estaremos lá todos com você de novo, José Dirceu. Acredito em sua inocência. Acredito em Mentirão, não em Mensalão, que para mim existe muito mais para desqualificar a luta dos heróis e mártires da ditadura militar do que para qualquer outra coisa. Mais para justificar o apoio dado pela direita reacionária de 1964 – as elites e a classe média manipulada – ao totalitarismo que massacrou nosso país, tolheu nossa liberdade e nosso pensamento, dizimou valores, destruiu famílias, acabrunhou, amedrontou, paralisou, despersonalizou e tornou apático o povo brasileiro por duas décadas.

E como alvo maior desse processo de desqualificação reacionária, que ressurge como um zumbi nostálgico assombrando o país, foi eleito José Dirceu, o qual, como bem analisa o cineasta Luiz Carlos Barreto, cometeu o grave delito de colocar no poder um sindicalista das classes populares, o Lula.

Pois foi por obra, empenho, articulação e graça de José Dirceu que Luís Inácio Lula da Silva chegou a Presidente da República. E chegou com um projeto político de sucesso, bem estruturado, com um discurso certo, que alçou Luís Inácio não só a um patamar diferenciado de Estadista em nossa História, como também a um conceito internacional jamais alcançado por um Chefe de Estado brasileiro.

Grande parte disso tudo pode ser creditada (ou, segundo interpretação de alguns, debitada) a José Dirceu.

Motivos não faltaram nem faltam para essa obsessão de tantos por destrui-lo.

* Hildegard Angel é jornalista. Filha da estilista Zuzu Angel e irmã do ex-militante político Stuart Angel Jones – ambos mortos durante a ditadura militar brasileira

domingo, 8 de setembro de 2013

Genoíno e Gushiken - a mídia, as hienas e a História



"Os telefonemas para o quarto de Luiz Gushiken, no Hospital Sirio Libanes, são atendidos por sua esposa. 

Com voz cansada, transmite os recados para o marido e seleciona as visitas que ainda irá receber.

Gushiken ministra, ele próprio, as doses de morfina para diminuir a dor e poder manter suas últimas conversas com amigos.

Ontem, segundo a jornalista Mônica Bérgamo, reuniu-se com José Dirceu,  Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais, fez um balanço de sua vida e do PT e considerou o julgamento do "mensalão" uma fase heróica, colocando o partido sob "um ataque sem precedentes".

Dirigente sindical, Gushiken teve papel central na defesa dos fundos de pensão contra os prejuízos causados pelo acordo com o Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Foi alvo de campanha implacável na mídia, com denúncias frequentes - e jamais comprovadas - sobre o uso das verbas da Secom. Fora do poder, sua casa sofreu ataques suspeitos e chegou a ser incluído na AP 470 pelo procurador geral Antonio Fernando de Souza - que, posteriormente, já aposentado, ganharia um megacontrato da Brasil Telecom, controlada pelo banqueiro e que entrou na criação da Oi-Telemar.

Seu nome foi retirado da ação pelo relator Joaquim Barbosa.

Como Secretário de Comunicação do governo Lula, Gushiken não chegou a ser um executivo operacional, mas sempre esteve aberto às boas ideias. Partiu dele a criação do Projeto Brasil 2020, visando instituir uma área de discussões acadêmicas sobre o Brasil. Antes da eleição de Lula, teve participação ativa no Instituto da Cidadania, que inaugurou as grandes discussões do partido sobre temas nacionais.

Entra para a história como um dos construtores do PT.

Da Coluna de Mônica Bérgamo em 07 de Setembro de 2013:

Gushiken, em estado grave, chama Dirceu, Genoino e Mercadante em hospital

Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação de Lula, chamou amigos para visitá-lo no hospital Sírio-Libanês. Internado em estado grave por causa de um câncer, mas lúcido, ele próprio ministrava as doses de morfina para controlar a dor e decidia quando ficava acordado para conversar com os antigos companheiros.

JULGAMENTO

José Genoino o visitou na quarta. Na noite de quinta, Gushiken reuniu em seu quarto José Dirceu, Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais como o presidente da CUT, Vagner Freitas. Calmo, fez um balanço de sua vida e do PT. Segundo um dos presentes, disse que o julgamento do mensalão é uma "fase heroica" do partido, que em sua opinião estaria sofrendo um ataque sem precedentes.


LIÇÃO

De acordo com a mesma testemunha, Gushiken deu uma "lição de política e uma aula sobre a vida. Demonstrou não ter mágoa, tristeza nem remorsos". No fim da visita, emocionados, todos tiraram fotos ao lado do ex-ministro. Um cinegrafista registrou toda a cena para um documentário que está fazendo sobre Gushiken."

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Será que daqui a uns 20 anos teremos um mea culpa de toda mídia?

O que eles provocaram, com suas notícias enviesadas e pra lá de tendenciosas, foi uma turba de terroristas de teclado que nem mesmo em momentos como os que estão passando Genoíno e Gushiken e suas famílias pensam em palavras como solidariedade ou na dor alheia, alguns chegarão rápido ao fundo do posso antropológico, de onde é impossível a volta uma vez que o córtex cerebral estará completamente tomado por idéias absolutamente desumanas.

Da maioria dos comentários, provocados pelas notícias recentes, notadamente no UOL e na Folha de São Paulo (nem citemos a indefectível Veja) sobre José Genoíno e Luiz Gushiken, jorram um desejo de sangue, de justiçamento - até fuzilamento sumário - para os "mensaleiros e ladrões do PT" e muita podridão

A desconstrução desmedida de reputações, como estão sendo os casos dos dois integrante do Partido dos Trabalhadores citados acima desde o início do chamado "Julgamento de Século", conseguiu o que queria: criar e fortalecer no meio dos brasileiros uma câncer difícil de ser extirpado, o tumor maligno da intransigência e da falta de civilidade.

Imagino que pessoas, que sejam verdadeiros e éticos jornalistas, devem sofrer um bocado ao ver o que andam fazendo aqui no Brasil com essa indispensável profissão num mundo civilizado.

sábado, 7 de setembro de 2013

6 de Setembro de 2013 - Pronunciamento de Dilma Rousseff Vana Linhares


Queridas brasileiras e queridos brasileiros,


Há 191 anos o Brasil viveu sua primeira grande mudança política. Deixou de ser uma colônia para se transformar em um país independente. Hoje, nosso Grito do Ipiranga é o grito para acelerar o ciclo de mudanças que, nos últimos anos, tem feito o Brasil avançar. O povo quer, o Brasil pode e o governo está preparado para avançar nesta marcha.

2013 tem sido um ano de intensos desafios políticos e econômicos aqui e no resto do mundo. Apesar da delicada conjuntura internacional, nossa economia continua firme e superando desafios. Acabamos de dar uma prova contundente. No segundo trimestre fomos uma das economias que mais cresceu no mundo. Superamos os maiores países ricos, entre eles os Estados Unidos e a Alemanha. Ultrapassamos a maioria dos emergentes e deixamos para trás países que vinham se destacando, como o México e a Coreia do Sul.

O melhor é que crescemos em todos os setores, e a indústria e os investimentos mostraram franca recuperação. Falharam mais uma vez os que apostavam em aumento do desemprego, inflação alta e crescimento negativo. Nosso tripé de sustentação continua sendo a garantia do emprego, a inflação contida e a retomada gradual do crescimento.

A inflação está em queda. Os índices de julho e agosto foram baixos e a cesta básica ficou mais barata em todas as 18 capitais pesquisadas. Vamos fechar 2013 com uma inflação, mais uma vez, dentro da meta, o décimo ano consecutivo em que isso ocorre. O emprego continua crescendo. Já geramos 900 mil vagas este ano e mais de 4 milhões e 500 mil desde o início do meu governo.

Estamos também tomando medidas eficazes para conter as oscilações bruscas do dólar, que afetam a economia de todos os países emergentes, sem exceção. Essas oscilações são decorrentes de alterações da política monetária americana e afetam a todos. A situação ainda exige cuidados, porém há sinais de que o pior já passou. Não vamos descuidar um só instante. Vamos manter o equilíbrio fiscal, o estímulo ao investimento, a ampliação do mercado interno e a garantia de nossas reservas internacionais para estabilizar as flutuações do mercado cambial.

Meus amigos e minhas amigas,

Eu sei tanto quanto vocês que ainda há muito a ser feito. O governo deve ter humildade e autocrítica para admitir que existe um Brasil com problemas urgentes a vencer, e a população tem todo o direito de se indignar com o que existe de errado e cobrar mudanças.

Mas há, igualmente, um Brasil de grandes resultados, que não podemos deixar de enxergar e reconhecer. Não podemos aceitar que uma capa de pessimismo cubra tudo e ofusque o mais importante: o Brasil avançou como nunca nos últimos anos.

Infelizmente ainda somos um país com serviços públicos de baixa qualidade. Estamos aprofundando os cinco pactos para acelerar melhorias na saúde, na educação e no transporte, e para aperfeiçoar a nossa política e a nossa economia.

O Pacto da Educação já garantiu 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação. Esse será um dos maiores legados do nosso governo a gerações presentes e futuras, e vai trazer benefícios permanentes à população brasileira por um período mínimo de 50 anos.

Já o Pacto do Transporte Público vai significar, no curto e médio prazo, obras e projetos capazes de melhorar a mobilidade e o transporte coletivo nas nossas maiores cidades. Isso significa mais metrôs, monotrilhos, corredores de ônibus e VLTs.

O Pacto pela Estabilidade Fiscal está mobilizando nossos esforços para manter equilibradas as contas públicas e a inflação sob controle. Isso é fundamental para que o Brasil cresça e continue gerando empregos.

O Pacto da Reforma Política e Combate à Corrupção acaba de dar um bom passo com a proposta de decreto legislativo para a realização do plebiscito. Queremos mais transparência, mais ética, honestidade e mais democracia. Isso passa, necessariamente, pela reforma das práticas políticas em todos os níveis. Só assim poderemos acabar com o desmando e combater, sem tréguas, a corrupção como queremos e como o Brasil necessita.

Minhas amigas e meus amigos,

O Pacto da Saúde irá produzir resultados rápidos e efetivos. O Mais Médicos está se tornando realidade, e tenho certeza de que, a cada dia, vocês vão sentir os benefícios e entender melhor o grande significado deste programa. Especialmente você que mora na periferia das grandes cidades, nos pequenos municípios e nas zonas mais remotas do país, porque você conhece bem o sofrimento de chegar a um posto de saúde e não encontrar médico, ou ter que viajar centenas de quilômetros em busca de socorro.

O Brasil tem feito e precisa fazer mais investimentos em hospitais e equipamentos, porém a falta de médicos é a queixa mais forte da população pobre. Muita morte pode ser evitada, muita dor, diminuída, e muita fila, reduzida nos hospitais, apenas com a presença atenta e dedicada de um médico em um posto de saúde.

A vinda de médicos estrangeiros, que estão ocupando apenas as vagas que não interessam e não são preenchidas por brasileiros, não é uma decisão contra os médicos nacionais. É uma decisão a favor da saúde.

O Brasil deve muito a seus médicos, o Brasil deve muito à sua Medicina, mas o país ainda tem uma grande dívida com a saúde pública e essa dívida tem que ser resgatada o mais rápido possível.
Queridas brasileiras, queridos brasileiros,

Esse é um momento que exige coragem e decisão em todos os sentidos. A coragem é irmã da liberdade e mãe de todas as mudanças. Esse é um momento de fazer o governo chegar cada vez mais perto do povo, e do povo participar cada vez mais das decisões de governo. Mais que nunca, o Brasil está aprendendo que o que importa não é termos problemas. O importante é termos as soluções, e mais soluções estão a caminho.

Ainda este mês, vamos fazer novos leilões de portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. Esses leilões vão injetar bilhões e bilhões na economia, gerando centenas de milhares de empregos.

Vamos também leiloar, em outubro, um imenso campo de petróleo do pré-sal, o Campo de Libra. Para vocês terem uma ideia, ao longo dos últimos cem anos de exploração do petróleo no Brasil, acumulamos, de reservas, 15 bilhões de barris equivalentes de petróleo. Vejam vocês, só o Campo de Libra tem um potencial de reserva entre 8 a 12 bilhões de barris equivalentes de petróleo. Para sua exploração será exigida grande mobilização de recursos, como, por exemplo, a construção de 15 a 17 plataformas. Assim, vamos estimular toda a cadeia produtiva e gerar milhares e milhares de empregos.

Além disso, os royalties das áreas já em exploração e daquelas descobertas neste e em outros campos vão gerar recursos gigantescos para a educação. Mais creches, alfabetização na idade certa, escolas em tempo integral, ensino médio profissionalizante, mais vagas em universidades, mais pesquisa e inovação, e professores mais preparados e bem remunerados, tudo isso requer mais investimentos e recursos.

Devemos transformar a riqueza finita do petróleo em uma conquista perene da nossa sociedade. A educação é a grande estrada da transformação, a rota mais ampla e segura para o Brasil seguir avançando e assegurando oportunidades para todos, o verdadeiro caminho da independência.
Viva o Sete de Setembro! Viva o Brasil! Viva o povo brasileiro!

Obrigada e boa noite.