domingo, 24 de novembro de 2013

Os sádicos do Jornal Nacional e afins globais

Por Miguel do Rosário - O Cafezinho

"É inacreditável. Não contente em exercer o papel principal no show midiático que condenou os réus do mensalão.

Não contente em pressionar e amedrontar os ministros do STF para que eles condenassem sem provas, ou mesmo contra as provas.
Não contente em mandar Joaquim Barbosa abrir mais uma exceção histórica e prender os réus antes do julgamento dos últimos embargos.
Não contente em prender os réus num feriado de 15 de novembro.
Não contente em prender em regime fechado réus que tinha direito a semi-aberto.
Não contente em encarcerar um homem tremendamente doente, um herói nacional, um dos políticos mais íntegros do sistema partidário brasileiro, um homem que, mesmo que se o considere culpado (e não é), é evidente que não oferece nenhum perigo à sociedade, e mereceria uma prisão domiciliar.
Não contente em publicar charges verdadeiramente doentias e sádicas contra José Genoíno.
Não contente em fazer tudo isso, a Globo agora se dedica a perseguir os réus dentro da prisão. Acompanham seus passos e denunciam, diuturnamente, qualquer mínimo conforto como “regalia”. O que pretendem? Jogar os outros presos contra os réus? Assassiná-los?

A impressão que temos é que a Globo quer só vingança. Quer tortura, sangue e morte. E está conseguindo.

Os espíritos mais animalescos, mais sádicos, mais doentios, foram despertos com o espetáculo romano da Globo e outros órgãos de mídia.
Aonde isso vai parar?

Eu sei. Isso vai se reverter contra a própria Globo. A arrogância do poder está cegando a empresa para uma consequência óbvia. Cresce cada vez mais o número de pessoas indignadas com essa sessão diuturna de tortura midiática.

Já sabemos que, infelizmente, não há mais juízes em Berlim.
Mas há juízes em Portugual, na Itália e em outros países.

E ainda há cidadãos no Brasil.

Nunca se viu a imprensa fazer isso nem com assassinos e estupradores. Nunca se viu os jornais fazendo campanha para que um preso seja maltratado na prisão. Sim, porque é isso que estão fazendo. Estão promovendo uma campanha para que os réus sejam maltradados, visto que estão incitando ódio e ressentimento para pessoas que já estão em situação frágil, sem poder reagir, sem poder rebater tanta covardia.

Mesmo que os réus fossem culpados (e não o são), porque não deixá-los em paz? Já não conseguiram prendê-los? Já não foram humilhados o suficiente? Como falar em regalias para os réus que estão sendo achincalhados na mídia? Regalia de quê? De ver sua família – sim, porque isso atinge toda a família do réu – sendo torturada há oito anos, e até hoje, pelos meios de comunicação?"

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Genoíno para presidente

Do Caf do PHA: 
 
Publicado em 21/11/2013

"Wanderley: Genoino para Presidente

Prof Wanderley Guilherme dos Santos não conhece muitos Genoinos: um homem de bem 
 

Poucos parlamentares conhecem os meios e os modos de negociar e fazer a boa politica - PHA

O Conversa Afiada reproduz artigo de Wanderley Guilherme dos Santos, extraído da Carta Maior:

José Genoíno para presidente


No exercício de seu mandato ou na presidência de seu partido é unânime o aplauso no julgamento de seu caráter e de sua conduta como político.


O deputado José Genoino é credor da admiração e respeito de pessoas civilizadas. E, sem dúvida, também de solidariedade ao ser vítima em condições pessoais adversas de arbitrariedades jurídicas de caráter inegavelmente político.  A dignidade com que se porta desde o início da perseguição dispensa, contudo, a pieguice caritativa que ofende mais do que homenageia.

Não freqüento a política partidária e converso com políticos muito raramente. É possível que não tenha trocado idéias com nenhum deles mais do que meia dúzia de vezes. Nada a ver com rejeição à atividade. Ao contrário. Tenho uma simpatia natural por quem se dispõe a cuidar da cidade, do estado, do País em condições de constante disponibilidade e resistente aos desconfortos de toda ordem a que a atividade obriga ou paga em recompensa.

Não surpreende que seja proporcionalmente ínfimo o número de candidatos a postos eletivos e, sendo estes de número bastante reduzido, o risco de ser derrotado é elevadíssimo. Destino da esmagadora maioria dos postulantes. Daí que a inclinação voluntária a ocupar um lugar na representação de outros apresente espinhoso problema a ser resolvido pela psicologia social ou pela biologia, ainda não sabemos. Descobrir subconjuntos de políticos desonrados compromete a atividade tanto quanto a negligência profissional de alguns médicos macularia a prática cirúrgica ou clínica. Fazer política é nobre, fazê-lo com integridade é confortador para o cidadão comum, sujeito às leis que regem a convivência social e a sobrevivência pessoal.

Pois o deputado José Genuíno é um desses políticos exemplares. Observador atento do que se passa nesse mundo tão caótico como parece ser a disputa política, sempre encontrei na figura pública de José Genoino o representante reto sem dogmatismos, firme sem agressividade ou vociferações, flexível sem pusilanimidade, leal sem titubeios a seu partido e a seus correligionários. Aplicado no que faz, tornou-se um dos mais eruditos representantes parlamentares no conhecimento das regras de funcionamento da Câmara dos Deputados, dos labirintos da legislação e da administração da normal concorrência entre os pares para tornar vitoriosas as teses que defendem.

No exercício de seu mandato ou na presidência de seu partido é unânime o aplauso no julgamento de seu caráter tanto por seus companheiros de legenda quanto por eventuais adversários políticos. Magnânimo nas votações vitoriosas na Câmara, não abriga rancor nas derrotas pelo voto de seus pares. Tem como testemunhas a seu favor todos os parlamentares de qualquer persuasão ideológica com os quais conviveu e convive.

Esse deputado José Genoino não capitulou face ao absurdo e excepcional processo que lhe moveram, nem se dobrou diante da condenação previa e notoriamente contratada. Combateu e combate até hoje o combate dos homens de bem. Não está sozinho na caminhada. Mas é bastante provável que todos os atuais injustiçados e perseguidos, na mesma ou em cela carcerária vizinha, nele encontrem o ícone tornado sangue e nervos da resposta à violência covarde que se esconde em veneráveis mantos.

Bem sei que José Genoino não pode ser legalmente candidato à Presidência da República. Esboçar sua figura pública é um modo de traçar o perfil do que a população almeja encontrar em seus líderes e que não tem sido mostrado com a desejável abundância pelos pré-candidatos em circulação.

José Genoino para Presidente – eu votaria com confiança em seu nome."

O gesto de Dirceu e o desespero da porca mídia

Do Caf do PHA:
 
"Publicado em 21/11/2013

Por que José Dirceu
sorriu pela segunda vez?

Altman acompanhou Dirceu até lá dentro da Polícia Federal em São Paulo


Dirceu apresenta as algemas e sorri, em 1969, e ergue o punho com o mesmo sorriso, em 2013


O Conversa Afiada reproduz artigo exclusivo de Breno Altman:

Por que José Dirceu sorriu pela segunda vez?

Breno Altman

Os punhos erguidos de Genoino e Dirceu, ao se apresentarem à Polícia Federal no dia da República, tiraram do sério os áulicos da direita pátria. Os articulistas de aluguel do conservadorismo não esconderam sua frustração. Ansiavam por ver os líderes petistas algemados, vergados e humilhados. Mas foram obrigados a engolir o retrato de dois homens dispostos a enfrentar, com dignidade e valentia, o preço que lhes foi imposto.

Nem mesmo a saúde debilitada de Genoino, o primeiro a se entregar, arrebatou-lhe a integridade que, nessas horas, faz a diferença entre homens e ratos. Logo foi seguido por Dirceu. O mesmo gesto, horas depois, sem qualquer combinação prévia. Ambos exclamaram, em silêncio, a disposição de lutar contra os abutres da nação, não importa as condições a que estejam submetidos.

A imagem levou a malta reacionária ao ódio indecoroso, mas aqueceu o coração dos que aceitavam desanimados o julgamento de exceção do chamado “mensalão”. Animou a solidariedade entre as forças progressistas. Deixou escancarado o fosso histórico e moral entre os réus e seus verdugos. Pavimentou emocionalmente o longo caminho para que se restabeleça a verdade e a justiça.

Nas horas seguintes já estava claro que o presidente do STF optara pelo caminho da ilegalidade e do arbítrio, pisoteando decisões da própria Corte Suprema e violando direitos legais dos presos. Talvez imaginasse que sua atitude seria respaldada pela passividade dos que poderiam resistir. A firmeza de Genoino e Dirceu, porém, serviu de exemplo para milhares e milhares que vão dizendo basta ao arbítrio togado. Afinal, eles se entregaram sem rendição e estabeleceram a altura do sarrafo para o comportamento de seus pares.

Além do punho ao alto, no entanto, houve um sorriso. O mesmo de quase 45 anos passados, quando o líder estudantil de 68 mostrava as algemas na foto da turma libertada em troca do embaixador norte-americano.

Da primeira vez, Dirceu saía do cárcere, mas eternamente banido. Na segunda, começava a cumprir sua sentença. Nenhum dos dois deve ter sido sorriso de felicidade, mas possivelmente tivessem ambos o mesmo sentido histórico.

O fato é que Dirceu aparenta chegar ao outono de sua vida – para o bem e para o mal, dirão alguns – com a mesma alma de sobrevivente que carregava na sua juventude. Como se estivesse imbuído da missão de contar para a história que sua causa, a causa de sua geração, é invencível.

As manifestações cariocas dos últimos meses, quando reprimidas violentamente pela polícia militar, jocosamente repetem dois mantras. Quando se põem em movimento, cantam a pleno pulmão: “Olha eu aqui de novo!” Na hora da retirada, mesmo debaixo de pauladas, não perdem o humor e gritam: “Amanhã vai ser maior!”
Preso e sem voz, nas duas vezes restou a Dirceu o punho e os lábios mudos. Como se cantasse, ao sorrir, os mesmos cânticos da garotada de hoje. "Olha eu aqui de novo! Amanhã vai ser maior!""

Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

PT se manifesta após prisão de Genoíno e Dirceu, finalmente

NOTA DO LÍDER DO PT SOBRE PRISÕES DECRETADAS PELO PRESIDENTE DO STF

Em nome da Bancada do PT na Câmara, manifesto  perplexidade  e profunda contrariedade com as ilegalidades cometidas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, na condução do caso dos réus da Ação Penal 470 que foram condenados à prisão, entre eles os companheiros José Dirceu e José Genoino, ex-presidentes do Partido dos Trabalhadores.

Não se pode atropelar a lei para dar demonstrações de vaidade e buscar os holofotes da mídia, como tem  feito o presidente da Suprema Corte.  A transformação, na prática, do regime de prisão semiaberto para o fechado, por exemplo, configurou manifestação de desprezo à lei, ao pleno do STF e, por extensão, à sociedade brasileira. O mandado de prisão expedido pelo presidente do STF, ao não especificar o regime de cumprimento das penas, desrespeitou direitos dos companheiros e ainda colocou em risco a vida do deputado José Genoino (PT-SP), cardiopata recém-operado. Inadmissível também, no dia da Proclamação da República, a transferência de Dirceu e Genoino para Brasília, com o claro objetivo de espetacularização midiática.

Entendemos como arbitrária a prisão de nossos companheiros, já que seus recursos não foram julgados, configurando mais um dos inúmeros casuísmos perpetrados pela Suprema Corte ao longo da AP 470. Trata-se de uma grave violação ao direito de defesa, princípio fundamental no Estado democrático de direito. Repetimos que foram condenados sem provas, num processo nitidamente político e influenciado pela mídia conservadora, com objetivos políticos e eleitorais e ideológicos.

Em nome da Bancada, rogo para que os ministros da Suprema Corte redobrem os esforços para que a lei seja cumprida, e que o cumprimento das penas não fira a dignidade dos réus e tampouco sirva de pretexto para aventuras midiáticas que chamusquem a imagem e a moral de pessoas que foram condenadas num processo questionável, no qual a mídia jogou todo o seu peso para influir no julgamento. A democracia é incompatível com  atitudes ao arrepio da lei. Os demais ministros do STF devem agir rapidamente para restaurar a dignidade da Corte.

Reafirmamos que na gênese desta crise está a organização do nosso sistema político, que prevê financiamento privado de campanhas e privilegia o marketing político pessoal em detrimento de programas e Partidos, essenciais ao processo democrático.

Para romper com essa lógica é que o PT tem estado à frente da luta pela Reforma Política, pelo financiamento público exclusivo de campanhas, pela lista partidária pré-ordenada com paridade de gênero e pela ampliação da democracia participativa.


Deputado José Guimarães-PT/CE
Líder da Bancada na Câmara

domingo, 17 de novembro de 2013

Não seja macho, seja homem

Do blog Metendo o Bico (metendobico.blogspot.com.br), texto interessante.

"No período Paleolítico, a sexualidade feminina era o símbolo máximo de fertilidade. As representações de deuses possuíam imagem e corpo de uma mulher. O homem desconhecia a importância de seu papel no nascimento de uma criança e assim a mulher era respeitada como sendo um ser que proporcionava a vida e a morte. A deusa-mãe era cultuada e o sucesso do cultivo na lavoura, bem como o cultivo do alimento, era atribuído às influências da deusa da fertilidade.

Desconhecia-se o vínculo entre sexo e fecundação. Os homens, com o tempo, perceberam que matar os animais para alimentarem-se causava a diminuição deles. Resolvem, então, domesticá-los, abandonando assim a caça. Através da observação do homem nas ovelhas é que ele descobre a contribuição do cordeiro na procriação. É diante desta revelação que o homem toma para si a concepção da vida através do sêmen e assim, diminui a importância da mulher que, por sua vez, perde sua autonomia, a liberdade sexual e sua importância na sociedade.

É neste momento que acontece uma mudança radical na relação, nos papéis e principalmente nas mentalidades entre homens e mulheres. O homem passa a enaltecer sua importância como o detentor da vida através do sêmen colocado na mulher. O macho, enfim, surge e cultua uma doutrina de virilidade e poder, em que a mulher deve resignar-se e obedecer. Ao pênis, pompas de um instrumento essencial, que produz o líquido da vida.

Este é o machismo. Um fenômeno perpetuado na história, de conceitos de superioridade ideológica e que vai sustentar um sistema patriarcal que consiste na figura do homem a centralização de decisões, regras, padrões, normas e condutas. E é na forma de pensar que se sustenta o machismo, as imposições do opressor e a submissão do oprimido. O conceito equivocado do sexismo dá a tônica desta disputa.

A “cultura do machão” criou conceitos e estereótipos de quem são e como devem ser os homens. Não podem dispensar mulher nenhuma e que devem ser sempre viris. Existe uma constante preocupação com o pênis e a ereção. Falhar é inadmissível. Devem ser soberanos e comandar, ser fortes e não demonstrar fraquezas, para tal, devem se impor, nem que para isso utilizem a violência. Controlar a família e a esposa são características valorizadas no machão, que enxerga a mulher como sua propriedade.

O privilégio ao homem sucumbe a importância da mulher. O curioso é que este conceito de postura feminina foi por muito tempo considerado o aceito socialmente: submissa, obediente e subserviente ao marido.

O ideal masculino ainda é perseguido pela maioria dos homens. Eles devem ser fortes, austeros, viris, ter sucesso, ousadia e, sobretudo, serem bons de cama. Para se alcançar este ideal de superioridade, homens baseiam-se no controle e na manipulação, impedindo a argumentação do outro. A violência física é consequência da violência emocional, que começa com um olhar de desprezo, intimidações e coerções.

Diante de todas estas exigências e cobranças da sociedade, os homens, hoje, dão sinais evidentes de cansaço e insatisfação em manter este papel do machão, se libertando cada vez mais. Esta máscara foi usada durante tanto tempo que fez com que os homens esquecessem-se de quem de fato são.

 Possuem necessidades, assim, como as mulheres e como tal são sensíveis, frágeis, amorosos e podem demonstrar seus sentimentos sem nenhum constrangimento. Este é o homem de verdade e que dispensa aspas. Ele não se coloca igual a mulher, porque, de fato, seu lugar sempre foi ao lado dela. Respeita e reconhece o espaço feminino. O homem de verdade dá e recebe, sem precisar se impor. Não precisa usar a violência e se vale do diálogo, buscando o vínculo. Não é onipotente tampouco autossuficiente. Está disposto a ensinar, mas, principalmente a aprender com a mulher. Não precisa concorrer ou disputar com outros homens a caverna com suas claves.

A propósito, o homem não quer ficar na caverna e busca constantemente discutir e se reposicionar na sociedade, desmistificando a cultura ditatorial do “machão”. Então, sejamos homens e não machos."

sábado, 16 de novembro de 2013

Genoíno e Dirceu e a vergonhosa postura de alguns "jornalistas"

Do blog da Maria Fro (http://mariafro.com/2013/11/15/o-dia-que-o-jornalismo-emporcalhou-a-historia-a-capa-de-genoino/):

"Hoje a jornalista Ana Helena Tavares escreveu:

Um dia triste para quem escolheu o jornalismo como forma de luta e não como forma de luz. A sociedade do espetáculo se regozija com sua própria desgraça. A República é apunhalada no dia de sua proclamação. E o Brasil permanece o país do faz-de-conta. Tristes lentes as dos repórteres que estão em frente à casa de Genoíno. Queriam registrar ali um palácio, mas só o que veem é uma casa simples. As imagens serão achincalhadas pela História.
Daí abro a página da uol pra ver uma foto de Genoino postada por uma amigo no Face e fico estarrecida com a desinformação da legenda:

   


Esta chamada e legenda devem entrar para a história da vergonha alheia da fotolegenda do fotojornalismo. Daquelas imensas mesmo, praticadas por aqueles da imprensa que não fazem a menor questão de lidar com a realidade.

A ‘capa’ que o/a desinformado/a da UOL se refere é um painel bordado por Rioco em 2012* (durante o julgamento da AP470) e simboliza a solidariedade dos companheiros que visitaram Genoino quando ele passou um longo tempo sem sair de casa após o achincalhe do jornalixo produzido pela grande mídia. Genoino, que sempre viveu no mesmo bairro, não podia nem ir à padaria próxima a sua casa sem ser hostilizado.

**Rioco fez então muito pássaros, um para cada amigo que não o abandonou, que não achou que a solidariedade fosse coisa privada. Rioco fez uma releitura de Mario Quintana: ‘eles passarão, eu passarinho’.


Foto: Débora Cruz
Por isso Genoino se cobriu com este manto de solidariedade de seus companheiros de luta e demonstração de amor da sua companheira de uma vida inteira. 

E UOL, pelo amor, deixa de ignorância, punhos cerrados levantados para a geração da esquerda da década de 1960 é sinal de luta, de resistência a tudo que vocês representam, seus energúmenos!

 

A dupla – Smith e John Carlos que levantou os punhos cerrados com luvas pretas, repetindo o gesto dos “panteras negras”. Naquele momento a ação dos atletas simbolizava a luta pelos direitos civis dos negros estadunidenses nos pódios olímpicos. Pelo ato político a dupla foi expulsa das olimpíadas.

Não é gratuito, portanto, o fato de José Dirceu repetir o mesmo gesto de sua geração ao ser preso no mesmo dia que Genoino.

Não é gratuito que Joaquim Barbosa tenha feito isso em 15 de novembro.

 Atualização: Quem me contou a história da confecção do painel foi Débora Cruz, também autora da foto. Mas dois leitores que participaram da confecção corrigiram a informação, reproduzo o depoimento deles:

*Por C. Nicolau

“O bordado foi feito em 2012, como solidariedade ao momento que passava, durante o julgamento (?). Eu estava lá.”

**Por Natalina Ribeiro:

Apenas um retoque: a ideia e a iniciativa do painel foi da Rioko. Os pássaros foram bordados por inúmeras mãos de pessoas solidárias ao Genoino e sua família, durante o julgamento do STF – mulheres, homens, crianças. Muitos, mesmo não sabendo bordar, deram sua contribuição para a confecção deste painel. Genoino, estamos aqui!"

José Genoíno e José Dirceu, novamente, presos políticos!!!



Bem, Joaquim Barbosa e Janot seguiram direitinho o scrip de Merval, da Folha, da Rede Globo e do resto nojento do PIG e mandaram pro calabouço José Dirceu e José Genoíno, dois josés que lutam até hoje pela nossa plena democracia e pleno estado de direito democrático... os coxinhas e as dondocas de i-phone em punho podem dormir com tranqüilidade e cientes do dever cumprido após 15 de Novembro de 2013: a corrupção foi duramente castigada finalmente no Brasil e provavelmente varrida do mapa... sim... é só no PT, segundo a ótica do STF, que faz cara de paisagem com a roubalheira do PSDB nos anos de ouro de FHC e Cia, que existem facínoras e ladrões impiedosos... apesar de Daniel Dantas, Cachoeira, Serra e Demóstenes Torres (e outros pilantras menos cotados) estarem ainda soltinhos, leves e fagueiros... e com uma folha de pagamentos que incluí até ilustre juízes e outros tantos procuradores e ex-procuradores.



Agora queremos o resto senhores Joaquim Barbosa e Janot, já que a tônica é passar esse país a limpo, e podem começar pelo DARF da Globo.
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Carta aberta aos brasileiros, por José Genoíno e José Dirceu:

"Escrito por Madmidia  15/11/2013

NOTA PÚBLICA

Aonde for e quando for defenderei minha trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e soberano.
Fotos Genoino
Fotos Genoino














 





Com indignação, cumpro as decisões do STF e reitero que sou inocente, não tendo praticado nenhum crime. Fui condenado porque estava exercendo a presidência do PT. Do que me acusam, não existem provas. O empréstimo que avalizei foi registrado e quitado.

Fui condenado previamente numa operação midiática inédita na história do Brasil. E me julgaram num processo marcado por injustiças e desrespeito às regras do Estado democrático de direito.

Por tudo isso, considero-me preso político.
Aonde for e quando for defenderei minha trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e soberano."

José Genoino www.genoino.org


"CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO


15 nov 2013/0 Comentários/ Blog do Zé /Por Zé Dirceu


O julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando – e violando – garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.


A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas. O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. No início, não desmembraram o processo para a primeira instância, violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do caso um julgamento de exceção e político.


Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça.


É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha – contra a qual ainda cabe recurso – com base na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF.


Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa, que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e linchamento.


Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade contratada.


Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais.


Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados – violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da República.


Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo brasileiro. Nunca  fui sequer investigado em minha vida pública, como deputado, como militante social e dirigente político, como profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula. Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto político.


Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna. Fui preso político durante a ditadura militar. Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites.


Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou que não se verga e não se quebra. Peço aos amigos e companheiros que mantenham a serenidade e a firmeza. O povo brasileiro segue apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas pela presidente Dilma.


Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania."