segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Os símbolos da eleição de Dilma

A eleição de Dilma Roussef vem carregada de simbolismos.

É a eleição de uma representante do sexo feminino para Presidente da República do Brasil, um dos atores chave nas novas instâncias de decisão do mundo, esses seres (as mulheres) que foram secularmente educadas e de certa forma forçadas, aqui e além mar, para serem no máximo uma gerente das coisas do lar.

É a eleição do "poste", que não herdaria o eleitorado de Luis Inácio Lula da Silva pois o "apedeuta", no conceito e na visão (quase unânime) dos mui iluminados analistas da mídia, não conseguiria transferir a sua simpatia e aprovação para a candidata. Um Presidente da República que mesmo em final de mandato mantém um récorde de aceitação em toda a história recente do Brasil.

É a eleição de uma mulher que viveu intensamente e ativamente a resistência à Ditadura Militar que escureceu o Brasil de 1964 a 1983, a eleição de uma outrora militante estudantil e guerrilheira que conviveu com anjos utópicos que viam (equivocados?) na luta armada a única saída possivel para libertação do povo brasileiro das garras insanas e draconianas de um regime que amordaçou completamente todas as possibilidades de diálogo e negociação.

Portanto é de fato a chegada ao poder central da República Federativa do Brasil da geração de 68.

É a eleição de uma pessoa que, como Luis Inácio Lula da Silva, vem sofrendo, desde 2003, os mais sórdidos e rasteiros ataques de uma imprensa golpista que literalmente faz oposição ao governo e ao Brasil, embora não se assuma como tal e não tenha coragem de jogar às claras o jogo democrático, preferindo aventar a tese, absurda, da "falta de liberdade de expressão" quando seus argumentos contrários ao governo Lula e ao rumo que ele deu ao país são questionados.

É a eleição, por esses e por outros motivos não alencados aqui, que põe em xeque essa pretenção tacanha dos barões das letras jornalísticas e pirotecnia rádio-televisiva de serem os eternos formadores de opiniões e inquestionáveis, porque são hegemônicos e únicos (na visão deles) arautos político-eleitorais do povo brasileiro.

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