domingo, 8 de setembro de 2013

Genoíno e Gushiken - a mídia, as hienas e a História



"Os telefonemas para o quarto de Luiz Gushiken, no Hospital Sirio Libanes, são atendidos por sua esposa. 

Com voz cansada, transmite os recados para o marido e seleciona as visitas que ainda irá receber.

Gushiken ministra, ele próprio, as doses de morfina para diminuir a dor e poder manter suas últimas conversas com amigos.

Ontem, segundo a jornalista Mônica Bérgamo, reuniu-se com José Dirceu,  Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais, fez um balanço de sua vida e do PT e considerou o julgamento do "mensalão" uma fase heróica, colocando o partido sob "um ataque sem precedentes".

Dirigente sindical, Gushiken teve papel central na defesa dos fundos de pensão contra os prejuízos causados pelo acordo com o Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Foi alvo de campanha implacável na mídia, com denúncias frequentes - e jamais comprovadas - sobre o uso das verbas da Secom. Fora do poder, sua casa sofreu ataques suspeitos e chegou a ser incluído na AP 470 pelo procurador geral Antonio Fernando de Souza - que, posteriormente, já aposentado, ganharia um megacontrato da Brasil Telecom, controlada pelo banqueiro e que entrou na criação da Oi-Telemar.

Seu nome foi retirado da ação pelo relator Joaquim Barbosa.

Como Secretário de Comunicação do governo Lula, Gushiken não chegou a ser um executivo operacional, mas sempre esteve aberto às boas ideias. Partiu dele a criação do Projeto Brasil 2020, visando instituir uma área de discussões acadêmicas sobre o Brasil. Antes da eleição de Lula, teve participação ativa no Instituto da Cidadania, que inaugurou as grandes discussões do partido sobre temas nacionais.

Entra para a história como um dos construtores do PT.

Da Coluna de Mônica Bérgamo em 07 de Setembro de 2013:

Gushiken, em estado grave, chama Dirceu, Genoino e Mercadante em hospital

Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação de Lula, chamou amigos para visitá-lo no hospital Sírio-Libanês. Internado em estado grave por causa de um câncer, mas lúcido, ele próprio ministrava as doses de morfina para controlar a dor e decidia quando ficava acordado para conversar com os antigos companheiros.

JULGAMENTO

José Genoino o visitou na quarta. Na noite de quinta, Gushiken reuniu em seu quarto José Dirceu, Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais como o presidente da CUT, Vagner Freitas. Calmo, fez um balanço de sua vida e do PT. Segundo um dos presentes, disse que o julgamento do mensalão é uma "fase heroica" do partido, que em sua opinião estaria sofrendo um ataque sem precedentes.


LIÇÃO

De acordo com a mesma testemunha, Gushiken deu uma "lição de política e uma aula sobre a vida. Demonstrou não ter mágoa, tristeza nem remorsos". No fim da visita, emocionados, todos tiraram fotos ao lado do ex-ministro. Um cinegrafista registrou toda a cena para um documentário que está fazendo sobre Gushiken."

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Será que daqui a uns 20 anos teremos um mea culpa de toda mídia?

O que eles provocaram, com suas notícias enviesadas e pra lá de tendenciosas, foi uma turba de terroristas de teclado que nem mesmo em momentos como os que estão passando Genoíno e Gushiken e suas famílias pensam em palavras como solidariedade ou na dor alheia, alguns chegarão rápido ao fundo do posso antropológico, de onde é impossível a volta uma vez que o córtex cerebral estará completamente tomado por idéias absolutamente desumanas.

Da maioria dos comentários, provocados pelas notícias recentes, notadamente no UOL e na Folha de São Paulo (nem citemos a indefectível Veja) sobre José Genoíno e Luiz Gushiken, jorram um desejo de sangue, de justiçamento - até fuzilamento sumário - para os "mensaleiros e ladrões do PT" e muita podridão

A desconstrução desmedida de reputações, como estão sendo os casos dos dois integrante do Partido dos Trabalhadores citados acima desde o início do chamado "Julgamento de Século", conseguiu o que queria: criar e fortalecer no meio dos brasileiros uma câncer difícil de ser extirpado, o tumor maligno da intransigência e da falta de civilidade.

Imagino que pessoas, que sejam verdadeiros e éticos jornalistas, devem sofrer um bocado ao ver o que andam fazendo aqui no Brasil com essa indispensável profissão num mundo civilizado.

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