sábado, 10 de agosto de 2013

Luís Inácio, mais vivo que nunca

O fator Lula nas eleições de 2014

Por Emir Sader, no sítio Carta Maior:

Lula é amado ou odiado, suscita esperanças ou temores. Ele representa o momento mais importante da história recente do Brasil, personifica o governo de maior apoio popular da história do país. E, por isso mesmo, provoca sentimentos de ódio e pânico na direita brasileira.

O fenômeno Lula já foi objeto de varias análises – jornalísticas, sociológicas, políticas. Algumas – principalmente jornalísticas, com pretensões políticas – remetem à crise de 2005. São apocalípticas, com frases – feitas para a orelha e a contracapa dos livros – do tipo “Terminou o governo Lula”. Ficam pros sebos ou pra reciclagem de papel, sem pena nem glória.

Outras, mais recentes, tiveram que incorporar o sucesso do governo Lula. Alguns livros, feitos para desqualificar o Lula, modificaram o título para tentar pegar carona no sucesso do governo, ficando sem público, nem vendas.

Análises sociológicas mais recentes tentam abarcar o fenômeno do “lulismo”, com visões descritivas, que apontam para aspectos reais da realidade, mas sem explicações para sua natureza e, sobretudo, deixando escapar a dimensão política da liderança do Lula. Animam debates, figuram em bibliografias, mas não dão conta da globalidade do fenômeno.

Porque, para captar o Lula presidente, é preciso, antes de tudo, situar o momento histórico em que ele assume e no qual ele monta a arquitetura que torna possível o seu governo. Tudo parecia apontar para um fracasso. Propostas históricas do PT propunham transformações estruturais no país, sem levar em conta as modificações regressivas havidas no mundo nas décadas anteriores e que se refletiam na América Latina através da proliferação de governos neoliberais. Que, por sua vez, haviam tido forte impacto nas nossas sociedades e Estados – inclusive no Brasil.

A criatividade do Lula esteve, antes de tudo, em incorporar o consenso da estabilidade monetária, sem centrar sua política nesse aspecto. Lula tirou as consequências do fracasso do governo FHC, deslocando a centralidade para as políticas sociais. A prioridade do social foi o fio condutor entre as propostas históricas do PT e o governo Lula.

Lula teve que buscar as condições de imposição dessa prioridade sem ter maioria parlamentar, em um contexto externo – regional e mundial – dominado pelo neoliberalismo e em uma sociedade e um Estado impactados pelos efeitos de uma década neoliberal.

O governo Lula se caracterizou pelos passos na superação do neoliberalismo, no marco do contexto de hegemonia neoliberal e de predominância das forças conservadoras no âmbito partidário. A obra política maior do Lula foi a arquitetura que permitiu um governo que privilegiou as políticas sociais de caráter redistributivo, as alianças Sul-Sul e de integração regional e o resgate do papel do Estado como indutor do crescimento econômico e garantia da universalização dos direitos sociais.

Daí seu caráter ambíguo e contraditório, “conciliador”. Apoiando-se na correlação de forças que herdou, Lula construiu as condições de um governo que aponta para a superação do neoliberalismo. De governos que promoveram processos de exclusão social, de subordinação da soberania nacional, de subordinação radical do Estado ao mercado, Lula soube construir um governo que foi capaz de promover a centralidade das políticas de inclusão social, uma política externa soberana e o resgate do Estado do ponto de vista econômico e social.

Não por acaso, então, o fator Lula é a variável determinante da política brasileira e dos destinos futuros do país. De forma natural, Dilma disse que o Lula nunca saiu. Porque as orientações fundamentais do seu governo permanecem. E a oposição chega a argumentar contra a proposta de um plebiscito, pelo medo do espaço midiático que o Lula assumiria.

O discurso do Lula no Foro de São Paulo demonstra como ele se recicla, incorpora os novos dados da realidade, está antenado com os novos movimentos da realidade, sem perder de vista a perspectiva política estratégica que orienta sua ação. Aproximando-se de completar 40 anos de carreira política, o Lula se afirma como o grande dirigente estratégico, que revela os avanços, assim como os nós que o projeto iniciado por seu governo ainda não desatou.

Os ratos tucanos e os buracos do metrô


 
Quando eu vejo Zé Nêumani Pinto num desespero tremendo, tentando ludibriar seus fãs no SBT com uma semântica pra lá de safadinha... tipo "não adianta lembrar que Gilberto Carvalho tem um parente no CADE... e blá blá blá..." e o JN tentando a todo custo blindar o PSDB falando em "suspeita de cartel"... aliás esses caras são canalhas até com a lingua portuguesa, corrupção tucana se transforma em cartelização (mais chic, né).

Nunca, nunca mesmo, vou esquecer o Bonner e CIA metendo na testa do José Genoíno e do Luiz Gushiken a pecha de corruptos quase que explicitamente, agora me vem com esse papo bom-mocismo de "suspeita de cartel" e "provável participação de agentes públicos".

Sei que menos de 0,1% dos brasileiros devem ver o jornal matinal do SBT, mas pra mim a cara vergonhosa do analista político de Sílvio Santos já diz tudo, ou seja, essa vai ser difícil de pelo menos uns 30% dos simpatizantes do PSDB não se darem conta: o PSDB e todos os seus caciques (Covas, Çerra, Sr Opus Dei, Sérgio Guerra, FHC...) meteram a mão sem pena, e com a absoluta certeza que nunca seriam incomodados, nos cofres do erário paulista.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Inflação 2013 - ou a saga (no PIG) do dragão que virou draguinho... em menos de 30 dias

Recordar é viver - a saga do tomate:





Recordar é viver - um bicudo metido a sabichão:

“Não dá mais para tentar esconder a escalada da inflação, como insiste em fazer o governo federal, tratando-a como se fosse um parente incômodo atrapalhando a festa da família”, afirmou o senador Aécio Neves, em sua coluna para Folha de São Paulo em abril deste ano. Dois meses depois, as manifestações em todo o país provam que a insatisfação das pessoas com o aumento dos preços não era intriga da oposição."

"O senador mineiro Aécio Neves afirmou nesta quarta-feira (1°) que o governo Dilma Rousseff trata com "leniência" a inflação e que o problema é um "fantasma que volta a rondar a mesa dos brasileiros".

Aécio, um dos nomes do PSDB cotados para disputar a Presidência da República em 2014, fez as declarações na chegada à festa de 1º de Maio organizada pela Força Sindical, na Zona Norte de São Paulo. O senador também deve discursar no evento.

"O governo não tratou com tolerância zero a inflação", afirmou Aécio. "É leniente desde que votou contra o Plano Real apresentado pelo governo Fernando Henrique. Não há uma meta real a meu ver, há uma meta virtual."
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A realidade - um monstro que não existia:

Da Agência Brasil



07/08/2013 - 9h01

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil


"Rio de Janeiro – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou taxa de 0,03% em julho deste ano. Em junho, a taxa havia sido de 0,26%. Em julho do ano passado, a inflação foi 0,43%.

O dado foi divulgado hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação de julho deste ano foi a mais baixa desde julho de 2010, que havia sido de 0,01%. 

Entre os principais responsáveis pela queda da inflação estão os transportes, com queda de preços de 0,66% e alimentação, com deflação de 0,33%."

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-07/inflacao-oficial-fecha-julho-em-003